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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 de Setembro

Há oito anos, um atentado terrorista derrubava as Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova Iorque, matando milhares de pessoas. Saiba mais.

Ideologias a parte, não há como não ficar tocado acompanhando ao vivo quase duas horas de agonia, que culminaram no desabamento dos dois prédios de 110 andares. Lembro como se tivesse sido ano passado.

Se o 11 de Setembro de 2001 mexeu muito comigo, o 11 de Setembro de 2009 também. Na verdade, tudo começou um pouquinho antes, no último final de semana. Vou contar para vocês...

Sábado levei minha filha ao Jardim Botânico de Brasília para um gostoso picnic com seus amiguinhos. Lá tivemos a oportunidade de conhecer a árvore que meu ex-marido-príncipe-encantado ganhou por ter sido, infelizmente, uma das vítimas do acidente com o avião da GOL em 2006.

É sempre difícil perder alguém que amamos. E perder alguém tão brilhante, tão cheio de vida, faz a gente repensar cada minuto que vivemos (ou deixamos de viver).

Ali levei a primeira chacoalhada: "ei, você ainda está sofrendo por coisas tão pequenas?" Tá certo, não foram coisas tão pequenas assim que me aconteceram nos últimos tempos, mas na frente daquela árvore, a única coisa que não ficou pequena foi essa guriazinha linda que vocês estão vendo na foto.


Foi um feriadão bem agitado, com direito a musical A Bela e a Fera e a desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, de camarote, com Esquadrilha da Fumaça e tudo (eu que tirei a foto ao lado).

Mas a emoção mais forte veio no finalzinho do feriado, quando assisti no History Channel o documentário "102 dias que mudaram o mundo", sobre o atentado do World Trade Center. É forte: mostra minuto a minuto o que aconteceu desde o choque do primeiro avião com a torre, com imagens gravadas pelas pessoas que estavam lá nos arredores. Dá pra sentir o pânico das pessoas, o desespero. Sofri com elas. Mais uma vez.

Qual a cena mais tocante?
- Seria, sabendo o que aconteceria depois, ver as pessoas acenando nos andares de cima, pedindo socorro durante mais de uma hora?
- Assistir outras caindo em queda livre de uma altura de mais de 100 andares, como se fossem bonecos?
- Ou o desespero daqueles que acompanhavam tudo de prédios vizinhos, sem saber ao certo o que estava acontecendo, querendo proteger suas crianças?

Sou uma pessoa que me envolvo demais com as coisas, tenho uma grande capacidade de me identificar com as pessoas, de sentir com elas os seus sentimentos. Essa empatia pode ser uma qualidade ou defeito, depende de como for encarada. Se, por um lado, me faz sofrer muito (um dos motivos pelos quais me dou o direito de não assistir mais jornais), por outro me proporciona alegrias imensuráveis.

Mas o fato é que todas aquelas cenas foram me envolvendo, me despertando sentimentos, enchendo meu coração de algo que não sei descrever. E tudo isso teve o pico num momento que pra mim agora se tornou simbólico: a queda das torres.

Quando aquele primeiro monstro de concreto veio abaixo em poucos segundos, como se estivesse sumindo no ar, desapareceram empresas e suas muitas coisas importantes/urgentes/inadiáveis/intransferíveis. PUF! Sabe aquela história de que tudo o que é sólido se desmancha no ar? Pois é, nada mais era importante, urgente, inadiável ou intransferível. Não era mais absolutamente nada. Virou NADA. Quantos sonhos, amores, mães, pais, filhos, projetos de vida e pessoas que poderiam mudar o mundo se perderam em meio aos escombros?

As torres "desintegraram-se" e, dessa vez, assistir aquela cena fez com que algo desmoronasse também dentro de mim. De repente, aquela nuvem de fumaça, escombros e cinzas que engolia Manhatan na queda de cada uma das torres, como num filme de terror, me fez engolir seco e, enfim, sentir que não vale a pena sofrer por coisas tão pequenas. Saber disso eu já sabia, mas sentir é outra coisa bem diferente.

O que venho passando há quase um ano tem sido bem duro, não dá pra subestimar os fatos. Mas pode se tornar pequeno dependendo do referencial...

... pequeno diante do vazio onde antes existiam dois monstruosos prédios.
... pequeno diante de uma pequena árvore no Jardim Botânico.
... pequeno diante da pessoa que eu sou.

Pequeno.

5 comentários:

  1. Olá Flor!

    Não é qualquer pessoa que consegue expor seus sentimentos íntimos. A maioria das pessoas esconde-os. Linda criança. Seu texto é tocante. O que é essa hepatite c?

    Uma bitoca

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  2. Flor,
    um abraço, sempre!
    Estou sempre aqui, lendo, acompanhando...
    abraço!

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  3. O Costureiro Solitário, esse feedback é muito legal, obrigada.
    A hepatite C é uma epidemia silenciosa que atinge centenas de milhões de pessoas no mundo e, apesar de grave, a maioria desconhece seu diagnóstico.

    Eli, como é bom saber que você está sempre por aqui!!! Um grande beijo.

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  4. Flor
    Muito tocante teu blog. Acho que escreves coisas que muitas pessoas com a hepatite C gostariam de dizer. Por outro lado, acredito que vais te curar dessa infecção: a tua biópsia não é grave, terás tempo para ir acompanhando a evolução dos tratamentos e te livrarás do Virus C. Cuida a esteatose que apareceu na segunda biópsia: evita frituras etc... A esteatose acelera a progressão da hepatite.
    Muita saúde
    Antonio

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  5. Antonio, obrigada pela torcida e também pelo recado: esse reforço do cuidado com a alimentação é muito importante.

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