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terça-feira, 31 de março de 2009

Começando...

Adoro escrever, mas blog é a primeira vez.

Gosto de registrar em diário meus sentimentos, reflexões... tenho a impressão que aprendo mais com as experiências quando escrevo sobre elas. Também gosto de ter a possibilidade de relembrar coisas já esquecidas, relendo-as, revivendo os sentimentos. Assim aprendo mais um pouco.

Quando comecei meu tratamento em novembro de 2008, pensei: "Vou começar um novo diário". Minha mãe até me deu um caderno lindo para isso. Mas não escrevi uma linha. Achei que essa parte de minha vida eu não ia querer reler, relembrar, reviver.

Estava errada.
Porque o tratamento foi um marco.

Dizem que quando se descobre uma doença grave, a pessoa passa a ver a vida com outros olhos. Em meu caso, essa mudança não ocorreu no diagnóstico, mas no início do tratamento, três anos depois.

E eu que esperava "aquela SENHORA" depressão - um dos efeitos colaterais mais comuns, principalmente em pessoas com predisposição genética, como é o meu caso - estou vivendo um momento incrivelmente feliz.

E não é por minha resposta ao tratamento, não.
Pra falar a verdade, praticamente 5 meses após o início, já sei que não sou boa respondedora e que minhas chances dessa vez não são muito boas. Mas tudo bem... estou encarando isso bem animada. Meu médico até brincou que o remédio causa um efeito inverso em mim.

Mas eu DECIDI que vou VIVER BEM, independente do que possa acontecer. Vou ser feliz e quero compartilhar essa alegria com as pessoas a minha volta.

Ok, até parece que o tratamento está sendo moleza. Não vou mentir: é difícil. Faz 5 meses que me sinto "doente". Os efeitos colaterais são bem danadinhos e às vezes fico de saco cheio daquela injeção semanal, que me "derruba" no dia seguinte.

Mas não é assim tão terrível como parece. Depende de pessoa para pessoa, mas não é o fim do mundo. Estou conseguindo trabalhar bem (é claro que num outro ritmo, reconhecendo ainda os novos limites do meu corpo) e isso tem me feito muito bem pra cabeça.

Quem não me conhece pode até pensar que sou muito conformada. Que nada! Eu guerreio contra essa doença! Faço tudo o que está ao meu alcance. E me esforço ao máximo para ficar bem e parecer bem (mulheres, uma boa maquiagem faz milagres e o cabelo curto pode ser bem charmoso - ninguém precisa saber que você cortou porque estava caindo muito).

Muitos conhecidos nem percebem o que está se passando. Até elogiam que estou mais magrinha (rs). E se às vezes pareço meio abatida, quem não fica assim de vez em quando? Fora que sempre tem um engraçadinho cogitando se não estou grávida... he he.

Compartilhei sobre a doença apenas com as pessoas mais amigas, com aquelas que acompanham esse momento comigo: meus familiares mais próximos, meus colegas de trabalho, minhas amigas queridas. Tinha dúvidas se deveria contar, mas foi a melhor coisa que fiz! É incrível a força que as pessoas nos dão - e também é importante a compreensão delas na hora que não estamos muito bem ou que dizemos a coisa errada na hora errada.

Sabe aquele botãozinho que faz a gente morder a língua antes de falar alguma coisa que pensamos? Pois é, o tratamento deixa ele com defeito.
Aí já viu... coitadinha da minha sogra e dos colegas que trabalham diretamente comigo. Estou assim, digamos, SUPER SINCERA. E isso nem sempre é muito bom (rs).
Mas eles têm sido bem compreensivos, porque sabem pelo que estou passando. Procurei desde o início informá-los ao máximo: é preciso que as pessoas conheçam essa doença, afinal, 95% dos infectados nem sabem que a tem!

Acho que já falei demais para a primeira vez. Mas vamos que vamos!
Como diz um colega que gosto muito, "a luta continua".

7 comentários:

  1. Ficou lindo, Floriguinha!
    Adorei as cores: Super rosa, mas, ainda assim, sóbrio. Elegante como você!
    Gostei muito do que escreveu aí ao lado. Escrever diários por tanto tempo certamente fez de você uma especialista em imprimir sentimentos e reflexões.
    Daqui a algum tempo, vamos juntar todos os seus posts e publicá-los num livro. Esteja certa disso.
    Agora, temos que divulgar esse começo!

    Amo muito você!

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  2. Parabéns!
    Pela garra e pela iniciativa!
    Você é um exemplo para nós!
    Seu blog está tudo de bom! Vou divulgar e continuar acompanhando.
    Beijo.

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  3. Meninas, agradeço o incentivo!
    Conto com a contribuição de todos para a construção do blog.
    Os comentários dos leitores dão vida ao texto, fazendo com que as postagens não tenham um fim em si mesmas. A idéia é que elas sejam apenas o início da reflexão, que as pessoas possam enriquecer o blog trazendo a sua opinião, outros pontos de vista, exemplos etc.
    Vale até dizer apenas se gostou ou não.
    Quanto à cor do blog, deixou de ser rosa por sugestão de uma amiga e leitora: segundo ela, essa cor poderia inibir que alguns homens acompanhassem o blog, pelas questões de gênero tão fortes em nossa cultura. Valeu a dica!

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  4. Oi Flor,
    Li TODOS os seus posts e adorei.
    Fui diagnosticada com Hepatite C em outubro e inicio o tratamento na quarta dia 6. Estou meio com medo das reacoes e de como o "mundo" vai me ver. Nao contei para os amigos, somente os familiares mais proximos sabem.
    Acho que ainda existe um certo preconceito em relacao ao assunto.
    Um super abraco e um otimo 2010!

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  5. Flavi, boa sorte pra você!
    Receba a corrente de pensamento positivo do Animando-C e mantenha-se confiante.
    Fique tranquila em relação aos outros. O que importa agora é você. Preserve-se sempre que achar que deve.
    Hoje eu penso assim: se alguém tiver preconceito e se afastar, é melhor que faça logo. Porque não quero conviver com esse tipo de gente. Mas isso é HOJE, que já me considero muito bem resolvida em relação à hepatite C: lá se vão mais de 4 anos convivendo com o diagnóstico.
    Estou por aqui para o que precisar.
    Um abraço!

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  6. Flor, super obrigada pelas palavras!
    Acebei de receber o kit. Menina, quanta coisa hein?
    Eu moro nos USA - mas acredito que o tratamento eh o mesmo. Estou aqui, ansiosa, aflita e ao mesmo contente por ter sido diagnosticada no inicio e poder logo iniciar o tratamento.
    Espero poder trocar dicas com vc ao longo da jornada.

    Um abraco,
    Flavi

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  7. Ana, qualquer tratamento, seja físico ou psicológico deixa marcas. Nunca passei por nada tão significativo. Na verdade eu tenho algo que precisa ser tratado e sei que um dia terei de dar contas disso. Já mudei muitos dos meus hábitos (essa é a parte difícil), mas ainda preciso mudar tudo. Ainda mais agora que dobrei minhas responsabilidades nessa vida...

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