"É lindo ver quando alguém é capaz de resignificar sua existência."
Foi essa a frase que ouvi em minha última sessão de terapia, quando recebi alta há duas semanas. Havia iniciado o acompanhamento com a psicóloga ao começar o tratamento da hepatite C em 2008. Meu receio era o efeito colateral da depressão, considerando ter histórico anterior.
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Pode haver coisas belas mesmo quando começa a escurecer |
Felizmente, a depressão não apareceu, mas continuei a terapia durante a recuperação, seguida da minha separação e depois de muitas mudanças. Foi um processo de auto-conhecimento e crescimento pessoal.
O balanço que fizemos naquela última sessão foi muito rico: fiquei orgulhosa de mim ao perceber de forma tão explícita a maturidade com que tenho conseguido me posicionar diante das coisas da vida.
O mais interessante foi a reflexão verbalizada pela psicóloga de como a hepatite C foi central em tantas mudanças positivas que operei em mim e na minha relação com pessoas, fatos e situações. Eu já havia identificado isso, inclusive constatando que sou muito mais feliz hoje do que antes de descobrir a hepatite.
Parece loucura pra vocês? Não estou dizendo que sou feliz por ter hepatite C, mas sim que na convivência com a doença consegui me tornar uma pessoa melhor e ter mais qualidade de vida. Essa é a verdade, por mais contraditório que possa parecer.
Agora, Papai do Céu, acho que já avancei bastante, né? Já posso ficar curada? ;)
A propósito, perguntei à psicóloga se ela tinha certeza que me daria alta depois de tudo que contei sobre meu fim-de-semana com os New Kids on the Block. Duas semanas antes, havia estado em São Paulo para o melhor show da minha vida e tido a oportunidade de encontrar com meus ídolos, tirar foto e tudo mais que uma fã tem direito. Ela respondeu, brincando: "esse ponto específico não tem cura, então não há como eu possa ajudar." Verdade!!! #feliz