Uma em cada 12 pessoas no mundo pode ter hepatite B ou C, sem saber. Não há sintomas e o vírus não é detectado em exames de rotina. Tem certeza que você não tem? Faça o exame, é gratuito.

domingo, 8 de julho de 2012

Resignificando a existência

"É lindo ver quando alguém é capaz de resignificar sua existência."
Foi essa a frase que ouvi em minha última sessão de terapia, quando recebi alta há duas semanas. Havia iniciado o acompanhamento com a psicóloga ao começar o tratamento da hepatite C em 2008. Meu receio era o efeito colateral da depressão, considerando ter histórico anterior. 

Pode haver coisas belas mesmo quando começa a escurecer

Felizmente, a depressão não apareceu, mas continuei a terapia durante a recuperação, seguida da minha separação e depois de muitas mudanças. Foi um processo de auto-conhecimento e crescimento pessoal.

O balanço que fizemos naquela última sessão foi muito rico: fiquei orgulhosa de mim ao perceber de forma tão explícita a maturidade com que tenho conseguido me posicionar diante das coisas da vida. 

O mais interessante foi a reflexão verbalizada pela psicóloga de como a hepatite C foi central em tantas mudanças positivas que operei em mim e na minha relação com pessoas, fatos e situações. Eu já havia identificado isso, inclusive constatando que sou muito mais feliz hoje do que antes de descobrir a hepatite

Parece loucura pra vocês? Não estou dizendo que sou feliz por ter hepatite C, mas sim que na convivência com a doença consegui me tornar uma pessoa melhor e ter mais qualidade de vida. Essa é a verdade, por mais contraditório que possa parecer. 

Agora, Papai do Céu, acho que já avancei bastante, né? Já posso ficar curada? ;) 


A propósito, perguntei à psicóloga se ela tinha certeza que me daria alta depois de tudo que contei sobre meu fim-de-semana com os New Kids on the Block. Duas semanas antes, havia estado em São Paulo para o melhor show da minha vida e tido a oportunidade de encontrar com meus ídolos, tirar foto e tudo mais que uma fã tem direito. Ela respondeu, brincando: "esse ponto específico não tem cura, então não há como eu possa ajudar." Verdade!!! #feliz




Um comentário:

  1. Querida Ana,
    Nasci numa familia que só consegue ver o lado negativo de tudo, aprendi a viver com medo de que coisas ruins acontecessem, medo de se machucar, medo de se apaixonar, medo de ficar doente, medo de morrer, medo de perder alguem, medo de se comprometer, medo de perder dinheiro, medo de ser assaltada, medo de TUDO, até quando coisas boas aconteciam eu sabia ver o lado negativo, a fimra de sair perdendo e me auto deprimir: oba! vou viajar, mas e se o avião cair?... oba! estou grávida, mas e se o bebe nascer com algum defeito?, oba! passei no concurso, mas e se não me nomearem? oba! vou fazer patinação/andar a cavalo, mas e se eu cair e ficar tetraplegica? oba! me apaixonei? mas e se ele for sacana e me trair? e se? e se?
    Parece piada mas foi assim que eu fui criada, com medo da vida. Acho que a hepatite te ensinou a viver, e agora vc tambem ta me ensinando.
    bjos,
    Mari

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