Uma em cada 12 pessoas no mundo pode ter hepatite B ou C, sem saber. Não há sintomas e o vírus não é detectado em exames de rotina. Tem certeza que você não tem? Faça o exame, é gratuito.

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Cai vacinação no Brasil: será que só aprendemos pela dor?

Adultos, como está a sua caderneta de vacinação? Você costuma ir ao posto de saúde de vez em quando para verificar se está tudo em ordem? Lembrem que algumas vacinas precisam de reforço a cada 10 anos. 

Desde 2015, os números da vacinação vem caindo no Brasil e isso é muito grave. Não só porque doenças sérias já erradicadas podem voltar, como podemos ter surtos de doenças perigosas - mas que seriam evitáveis. 

Eu lembro do pediatra da minha filha contando uma cena que ele jamais vai esquecer: de um casal com uma criança morta nos braços, por catapora, e um acusando o outro por não terem dado vacina no filho.

Com uma boa cobertura vacinal, a gente vai esquecendo que catapora e sarampo matam, que caxumba em grávidas deixam os bebês surdos, do sofrimento que é a poliomielite (paralisia infantil). Tuberculose, lembram? Meus bisavós morreram de tuberculose. 

Mas queria chamar a atenção aqui para os números da hepatite B: menos de 25% dos municípios atingiram a meta de vacinação em 2020. O vírus da hepatite B é transmitido 100 vezes mais fácil que o vírus do HIV. Infelizmente, alguns casos são fatais. Nessa minha trajetória de luta contra as hepatites, já perdi pessoas para a hepatite B e já ouvi muitos relatos de filhos que perderam pai, mãe... perdas irreparáveis! 


Acho muito revoltante pensar que, considerando que temos uma vacina gratuita, essas mortes poderiam ser evitáveis.

Como é revoltante pensar que é estimado que mais de 300 mil mortes de covid-19 no Brasil poderiam ter sido evitadas porque o Governo Federal simplesmente ignorou a oferta de vacinas. Não é que não fomos vacinados porque não havia vacina disponível: havia, mas ela nos foi negada. 

Não se brinca com vacina, gente. Façamos a nossa parte. Cuidem-C. 


Fonte: Você encontra mais dados sobre isso aqui A diminuição da cobertura vacinal no Brasil nos últimos anos | Nexo Políticas Públicas (nexojornal.com.br)

quarta-feira, 31 de março de 2021

Celebrando 12 anos na companhia de outro inimigo invisível

Hoje faz 12 anos que escrevi as primeiras linhas deste blog. Tanta coisa aconteceu de lá pra cá, mas uma coisa não mudou: a dor do tratamento me ensinou que viver bem era uma decisão. E continuo firme nela. Naquele primeiro dia, eu escrevi: 

Eu DECIDI que vou VIVER BEM, independente do que possa acontecer. 

Muita gratidão por hoje estar curada da hepatite C, depois de uma longa jornada de luta. Não foi daquela vez, mas minha hora chegou.

Agora cá estamos: mais uma vez precisando ser resilientes diante de um inimigo invisível. De novo falando de uma doença nova, cujas informações mudam o tempo inteiro. Mais uma vez lidando com a dificuldade das pessoas em interpretar dados e, como consequência, vários absurdos que acabam colocando vidas em risco. 

Neste momento, não estou saindo de casa nem para o supermercado. Sei que nem todos podem fazer isso, mas por favor, mais do que nunca, tomem cuidado. 

Sei que estamos cansados, sei que sentimos falta de muitas coisas, sei que muitos tiveram perdas irreparáveis, sei que nossa saúde mental às vezes se abala. Mas também sei que somos fortes. Acompanhei nesses 12 anos várias histórias de luta contra os vírus da hepatite B e C, que me mostraram que o ser humano é muito guerreiro e resiliente. 

Vi pessoas passando pelo tratamento com interferon por duas, três ou ainda mais vezes. Pessoas que fizeram mais de um ano daquele tratamento, passando mal 24h por dia. Que foram obrigadas a ficar a maior parte desse tempo em casa, porque não davam conta de sair (às vezes nem da cama). 

Então se você está com saúde agora, agradeça, respira fundo e aguenta mais um pouco. Ainda teremos muitos meses pela frente, mas já temos a maior arma que se pode ter contra um vírus: vacina. E temos várias, inclusive uma brasileira! 

Informe-se, busque fontes confiáveis, seja racional e lembre-se de que nada nesse mundo é mais importante do que vidas humanas. O resto a gente recupera, mesmo que demore. 

Fiquem bem, meus queridos! 

Olhem como a Florzinha cresceu <3 

PS: Quem quiser me acompanhar no dia-a-dia, é só chegar nos stories do meu perfil no Instagram: @trabalhada.na.beleza