Uma em cada 12 pessoas no mundo pode ter hepatite B ou C, sem saber. Não há sintomas e o vírus não é detectado em exames de rotina. Tem certeza que você não tem? Faça o exame, é gratuito.

domingo, 30 de outubro de 2011

Outubro Rosa - uma história e um alerta


Rosa é a cor do laço que simboliza a luta contra o câncer de mama (e minha cor preferida!).  

Outubro é o mês mundial de luta contra essa doença, que atinge principalmente mulheres, mas também homens.

Outubro Rosa é o movimento criado para estimular as pessoas a estarem atentas ao seu corpo e, assim, poderem diagnosticar o câncer no início - o que garante ótimas possibilidades de cura.


No post Outubro Rosa: o câncer de mama e a hepatite C, eu falava sobre porque eu e você - seja mulher ou homem - não temos desculpas para  negligenciar um assunto tão sério.

Hoje quero compartilhar com vocês uma história que reforça ainda mais esse alerta. No mês passado, escrevi sobre um casamento que só ocorreu pela solidariedade de uma família que doou órgãos. Júlio, que recebeu um transplante de fígado ainda bem jovem, casou-se no final do ano passado com a Aretha, como vocês puderam acompanhar em Doação de órgãos: por que devemos doar?.

Final feliz? Quase. Alguns meses depois, começou a luta da jovem Aretha, 29 anos, contra o câncer de mama. Ela gentilmente aceitou compartilhar essa história conosco e conta abaixo as batalhas que vem travando em busca da cura.

Obrigada, Aretha, por dividir conosco sua história em forma de alerta. Estamos torcendo por você!



Sou Aretha Glécia Fernandes, mossoroense, 29 anos de idade.

Em junho do ano corrente resolvi realizar uma série de exames, não apresentava nenhum sintoma, coisas de rotina mesmo, tive só uma certa “implicância” com a mama ao fazer um auto-exame, mas nada perceptível.

Entre os exames solicitei uma ultra-som mamária, onde foi detectado um pequeno nódulo, com pouco mais de 1 cm. Então procurei um médico da área e comecei minha trajetória. Como não tenho histórico familiar, sou jovem e o nódulo muito pequeno, era quase descartada a possibilidade de ser um nódulo maligno, mas começamos a investigá-lo. O primeiro passo foi fazer a pulsão e fazer a primeira biopsia. Para minha surpresa foi constatado que era compatível com maligno, mas como não tinha 100% de certeza, resolvemos fazer uma pequena cirurgia para a retirada do nódulo, a mesma aconteceu em Julho e realizou-se a segunda biopsia. Infelizmente foi confirmado... eu tenho uma doença, que em outras gerações não se falava nem o nome, eu tenho câncer. Foi ai que entendi – não era uma “implicância” e sim um aviso de Deus. A princípio tive aquela reação de “não caiu a ficha”, depois conversando com meu esposo e amigos, entendi que eu tinha um problema sério, mas ia me tratar e me recuperar. Minha fé e apoio de todos me tranqüilizavam cada vez mais.

O próximo passo era resolver como seria o tratamento. Os médicos decidiram pela retirada da mama, outro choque, mas não um desespero. E eu disse: vamos fazer o que for melhor para minha saúde. No final de Agosto foi feita a cirurgia da retirada e a reconstrução na mesma hora. Graças a Deus e aos profissionais deu tudo certo, a cirurgia foi bem sucedida e estou me recuperando bem. Dando continuidade ao tratamento, estou fazendo sessões de quimioterapia e provavelmente precise da radioterapia. Como todos sabem, é um tratamento doloroso por causa das reações causadas, mas como disse uma amiga que já passou por ele: “é muito difícil, mas passa e depois que passar você vai se sentir mais feliz e mais forte!”

Estou bem, com exceção dos quatro primeiros dias após cada sessão, não sinto nada, me alimento bem e sigo com fé cada dia. É um momento difícil, fico torcendo para que passe logo, mas tenho certeza que vai continuar dando tudo certo.

O nosso Pai celestial é tão Maravilhoso que colocou as pessoas certas no momento certo em minha vida. Porque desde que descobri meu problema, fui e estou sendo acompanhada por “anjos”, uma equipe médica incontestável. Sou muito grata a todos, registrando aqui a Dra. Isabele Trindade, dr. Dennys Fowler, dr. Marcos Arruda, dra. Valéria Karlla, dra. Danielle Matias, toda a equipe de fisioterapia, enfermagem e assistentes. E ainda os médicos da família que também me apoiam, o dr. Sthephano Fernandes e dra. Charlene de Oliveira, obrigada por tudo.

É óbvio que para passar por tudo isso com a força, fé e tranqüilidade que estou tendo, eu sou fruto de um “alicerce” bem feito – minha família – é minha fortaleza, todos voltados para mim, dando apoio, amor, carinho que preciso e até mais, por isso encho o peito em dizer: obrigada, amo todos vocês! Meus amigos... nem lembrava que tinha tantos. Pois é, a vida nos faz seguir caminhos diferentes e nos distanciamos das pessoas, até mesmo sem perceber. Mas realmente amigos são amigos até de longe. Quantas ligações, mensagens e simples frases de força. No trabalho? Não foi diferente, me apoiaram em tudo e sempre se disponibilizaram em ajudar no que fosse preciso. A vocês meus amigos, também agradeço muito e de coração. Quanta coisa boa a minha volta, mas ainda tem mais... Meu esposo. Ele é um exemplo de vida, transplantado há três anos, guerreiro, fervoroso e uma fortaleza, está sempre ao meu lado, não me deixa fraquejar e me acompanha em tudo. Faltam palavras para agradecer o apoio, a compreensão, a cumplicidade, o amor e a paciência nos dias ruins. Portanto vou agradecer dizendo obrigada, que o amo muito e que estarei sempre pronta para o que precisar.

Diante de tudo, deixo meu apelo, não só às mulheres, mas aos homens também, façam exames freqüentemente. O auto-exame é bom, mas em alguns casos (como o meu) não é possível ser diagnosticado o problema. A medicina disponibiliza exames suficientes, como ultra-sonografia, mamografia, entre outros. Lembrando que as pessoas que tenham a partir de 40 anos de idade, têm direito a fazer mamografia pelo SUS. Usem meu exemplo para entender que o câncer de mama pode acontecer em qualquer idade, por várias causas, até mesmo desconhecidas. Sabemos que o câncer de mama tem cura sim, principalmente se diagnosticado cedo. Prevenir nunca é demais. E para as pessoas que descobriram o câncer, já passaram, estão passando ou irão passar pelo tratamento, eu deixo três palavrinhas que tenho sempre em meu coração: fé, força de vontade e tranqüilidade.

Abraço a todos, fiquem com Deus e Nossa Senhora.