A colestase intrahepática é uma doença própria da gestação, que atinge 0,01% das mulheres grávidas no mundo, causando coceiras insuportáveis pelo corpo todo - que geralmente pioram à noite. Embora a incidência pareça baixa, são muitas as futuras mamães que sofrem com os seus sintomas, como vocês podem ver nos comentários do post Colestase intra-hepática na gravidez: prurido gestacional (coceira), um dos textos mais acessados deste blog.
2007 - um mês antes de ganhar a Amanda |
Um dos problemas enfrentados por elas, o qual também sofri na pele, é a falta de preparo dos ginecologistas/obstetras para o diagnóstico da doença. Quando há suspeita de colestase, a gestante deve procurar um hepatologista, que, confirmando a doença, ministrará medicação adequada que reduzirá a coceira.
Outro cuidado que deve ser tomado é com o tempo de gestação, pois são relatados casos de mortes dos bebês de grávidas com colestase intrahepática nas últimas semanas de gravidez, sem causa aparente. Infelizmente isso aconteceu com algumas leitoras deste blog.
Para mais informações sobre colestase gravídica, leia também:
Alimentação
Como sabemos, a alimentação é fator fundamental na prevenção e manutenção de nossa saúde. A nutricionista Maíra Attuch pesquisou sobre o assunto e compartilha com as leitoras do Animando-C algumas dicas para amenizar o sofrimento causado pelas coceiras na gravidez.
Segundo a nutricionista, há poucas menções sobre como a alimentação pode ajudar a minimizar os desagradáveis sintomas da patologia, mas com base no estudo da doença, pode-se considerar que:
uma vez que a causa está fortemente associada ao aumento da secreção de estrogênio durante a gestação e uma disfunção hepática no metabolismo desse hormônio, a alimentação pode ter um papel coadjuvante na modulação da secreção de estrogênio e no auxílio da função desintoxicadora do fígado.
A partir disso, Maíra Attuch elaborou as seguintes dicas, ressaltando, porém, que o ideal é uma avaliação individualizada das necessidades nutricionais de cada gestante e um acompanhamento em parceria com a equipe médica.
- Reduzir o consumo de leite e derivados, que tendem a aumentar a produção dos estrogênios.
- Evitar frituras, para não sobrecarregar a atividade hepática.
- Evitar alimentos ricos em açúcar e farinhas refinadas, como pão branco, biscoitos, bolos e doces em geral. O excesso desses alimentos é transformado em gordura pelo fígado, mais uma vez sobrecarregando suas atividades.
- Dar preferência ao consumo de peixes em vez de carne bovina e frango, para reduzir o consumo de gorduras saturadas de origem animal.
- Aumentar o consumo de folhas verde-escuro, como agrião, rúcula, couve, brócolis, espinafre, e o consumo de brotos (de alfafa, de girassol, de lentilha, de feijão), que ajudam o fígado a exercer sua função depurativa.
- Aumentar o consumo de ervas e temperos naturais, como hortelã, manjericão, orégano, salsa, cebolinha, coentro, entre outros, eliminando o uso de temperos prontos artificiais.
- Em relação aos produtos à base de soja, dar preferência ao tofu (queijo de soja) e à pasta de missô (pasta de soja fermentada), evitando os demais derivados (leites, iogurtes, proteína texturizada), que também podem aumentar as concentrações de estrogênio.
Maíra Attuch é nutricionista especializada em alimentação natural. Seu trabalho busca harmonizar o organismo do indivíduo por meio de uma alimentação saudável, desenhada especialmente para atender as necessidades e características individuais. Ela mantém o excelente blog DaHora Culinária Vegetariana. Dê uma passadinha por lá!