Como acontece a cada seis meses, chegou a hora de refazer os exames de rotina para acompanhamento da hepatite C. Dessa vez, tivemos um aumento inesperado das taxas de TGO e TGP, que praticamente dobraram. Fui solicitada a refazer os exames depois de um mês, e as taxas deram uma discreta diminuída. Conversei com meu infectologista essa semana sobre o resultado, que falou que está tudo ok. Ufa! Se continuassem aumentando, teríamos de investigar. Agora é só aguardar o próximo semestre para refazer tudo, como de costume.
Imagem: Wikimedia Commons CC |
Confesso que essas alterações nos exames sempre me deixam apreensiva. Embora saibamos que a progressão da fibrose hepática costuma ser lenta, fica o receio de que algo inesperado aconteça e prejudique nossos planos - meu e de meu infectologista - de aguardarmos o lançamento de novos medicamentos antes de começar o retratamento. Meu sonho? Nunca mais precisar tomar interferon e ribavirina. Sei que vocês me entendem ...
O fato é que não podemos subestimar a hepatite C. Lidar com o assunto de forma leve - no meu dia-a-dia e no blog - não me faz esquecer a gravidade da doença e os cuidados que ela nos exige.
Toda vez que refaço os exames e vejo as alterações nos resultados - que são esperadas dentro do quadro da hepatite C - é como se uma luz vermelha piscasse lembrando que existe uma bomba armada aqui dentro do meu corpo.
Respiro fundo, elevo o pensamento a Deus, levanto a cabeça e sigo em frente. Porque, como respondi a uma leitora do blog hoje, a vida é linda demais para ser desperdiçada antecipando sofrimento. Cada coisa a seu tempo.
Esses dias um amigo me falava sobre uma teoria interessante. Imagine se a nossa vida se repetisse continuamente, disse ele. Quando a gente morre, nasce de novo, exatamente do mesmo jeito e vive tudo de novo, exatamente do mesmo jeito.
Morre, nasce de novo, vive tudo igual. Morre, nasce de novo, vive tudo igual.
Com base nisso e imaginando que esta é nossa primeira vida, e, portanto, que esse instante que vivemos agora será repetido infinitas vezes do mesmo jeito, a pergunta que ele fazia era: como você vai viver esse momento? Sabendo que ele se repetirá inúmeras vezes, quais serão suas escolhas?
Minha escolha é desenrugar minha testa (lembrei da minha mãe me mandando fazer isso) e viver o meu dia da melhor forma que posso. Vai que ele se repete infinitas vezes mesmo? hehe E, mesmo que não, o tempo que temos hoje é único: passou, não existe mais.
Antes de terminar, queria agradecer os recadinhos em que dizem que sentem minha falta quando demoro a postar. Seus lindos! Se eu não tiver notícias sobre hepatite para compartilhar, vocês ainda podem me achar no Retratos da Alma ou no Apenas Mulheres de Verdade. Ando sempre por aí, podem me visitar ;)