Uma em cada 12 pessoas no mundo pode ter hepatite B ou C, sem saber. Não há sintomas e o vírus não é detectado em exames de rotina. Tem certeza que você não tem? Faça o exame, é gratuito.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

A depressão e a hepatite C

Desconheço pesquisas que façam uma relação direta entre a ação do vírus da hepatite C no organismo e a depressão. O que a literatura mostra é que a depressão é um dos possíveis efeitos colaterais do tratamento da hepatite C com interferon e ribavirina.

Imagem: Flickr CC - cena do filme V.I.D.A


É importante frisar a palavra "possível", para que as pessoas saibam que devem estar atentas aos sintomas da depressão e relatar ao médico caso eles ocorram. Assim, ele avaliará a necessidade de introdução de um anti-depressivo no tratamento. No entanto, isso não quer dizer que a pessoa irá necessariamente desenvolver um quadro depressivo nessa situação. O meu caso é um exemplo: mesmo com histórico anterior de depressão, eu não apresentei esse problema durante o tratamento.  

Existem outras possibilidades de associação da depressão à hepatite C. Uma delas é a pessoa já apresentar um quadro de depressão, independente da hepatite C. Outra é o desenvolvimento da doença - sim, lembrem-se que depressão é uma doença e não frescura ou fraqueza! - quando se descobre portador do virus e passa a ter conhecimento de todas as coisas que o vírus pode comprometer em sua saúde. Não é fácil mesmo e cada um lida com essa descoberta - ou melhor, digere essa descoberta - a seu modo.

Mas fiquemos atentos: uma coisa é a tristeza e até o desespero quando nos deparamos com um fato às vezes tão chocante em nossas vidas. Isso é normal e durará um tempo para cada pessoa. Outra coisa é entrar em depressão.

Como saber se estamos na segunda opção?
Leia sobre o assunto em sites especializados na internet e no livro disponível para download abaixo.
Considere também procurar um psicólogo, mesmo que seja apenas por um tempo. Não, não é vergonha alguma! Psicólogo não é coisa de maluco e sim de pessoas auto-críticas que buscam auto-conhecimento para lidar da melhor forma possível com as suas relações - com pessoas e situações.

Eu faço terapia há muito tempo - parei algumas vezes e depois algum fato me fez retornar. A última vez que voltei foi em 2008, ao iniciar o tratamento da hepatite C, e estou indo até hoje. Adoro, embora seja meio dolorido às vezes mexer com coisas internas da gente. Percebo nesse processo o quanto tenho caminhado e o quanto ainda é preciso percorrer.


Existe vida durante e após a depressão


Em 2002, aos 24 anos de idade, eu começava a sair de um quadro depressivo. Com histórico familiar de depressão, eu comecei a apresentar alguns sintomas com 16 anos, que se agravaram aos 23, após uma mudança na vida.

Fiz terapia e tomei anti-depressivos por dois anos. Hoje posso dizer que estou totalmente curada e que a depressão não faz mais parte da minha vida. Tanto que, como contei a vocês, não tive recaídas durante o tratamento da hepatite C, como eu temia que poderia acontecer.

Naquela época (2002), tive a vontade de compartilhar com as pessoas um pouco daquele meu processo de descoberta que existia vida durante e após a depressão. Por experiência própria, eu sabia que não adiantaria simplesmente dizer isso: quando se está deprimido, é até irritante quando nos falam uma coisa dessas - como nos canta Renato Russo na música Via Láctea:

"Quando tudo está perdido, sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido, sempre existe uma luz
Mas não me diga isso"

Então, resolvi colocar tudo isso num romance. A personagem principal, Maria Cristina, tem uma vida bem diferente da minha naquela época e viveu coisas que eu não vivi - as quais tomei emprestadas da história de outras pessoas. Mas os sentimentos dela eram muito meus. Inclusive, algumas partes do "Diário de Cristina" foram retiradas do meu próprio diário.

Assim nasceu o livro Existe vida durante e após a depressão, que fiquei muito feliz em reencontrar hoje nos arquivos de backup de um antigo computador. Disponibilizo-o para download gratuito abaixo.

Conto um pouquinho mais da história desse livro no meu blog Apenas Mulheres de Verdade. Se quiser, dê uma passadinha por lá.

Espero que gostem e que seja útil de alguma forma.



Existe vida durante e após a depressão
Escrito por Ana Barcellos
Brasília, 2002 (25 páginas)


12 comentários:

  1. Estou fazendo tratamento na VUNESP Botucatu Hospital DIA, estou na 46 semana de tratamento, agora está mais fácil , mas o começo foi muito difícil, somente quem faz o tratamento pra descrever o que sentimos, minha carga viral só zerou na 24 semana, por isso meu tratamento se prolongará até a 72 semana, mas estou feliz por ter zerado, sei que vou me curar tenho muita fé em Deus.

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  2. Olá Ana,

    Fiz meu comentário no teu outro blog. Uma boa dica de leitura para entender a doença e seus mecanismo no psiquismo humano é o A Doença como Linguaguem da Alma, do terapeuta alemão Rüdiger Dhalke..

    Abraço

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  3. Oi amiga... eu depois do tratamento de 48 semanas ainda tomo antidepre e calmante para dormir, herança do tratamento... pretendo parar, claro mas é complicado... vai no meu blog Hepatite C - Fé e comenta lá se quiser, tem montão de coisas... Beijos.

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  4. DEPRESSÃO
    Sou terapeuta em REFLEXOLOGIA,
    pelo I.O.R., 75 anos de idade com 44 anos dedicados ao estudo e pesquisa do comportamento humano. Tenho atendido vários clientes que sofrem de DEPRESSÃO
    Recebendo as técnicas da REFLEXOLOGIA, o Paciente consegue obter ótimos resultados; que proporcionarão assim uma excelente melhora em sua qualidade de vida.
    A REFLEXOLOGIA consiste em ativar pontos específicos nos pés, desbloqueando canais
    de comunicação com o cérebro, para que este
    possa agir, corrigindo assim o problema.
    Não tem contra indicação para este
    caso e não usa medicamentos
    O próprio corpo, equilibrado, promove a cura.
    www.djalma.com.br
    Bairro Santana - Metrô Santana – Zona norte
    São Paulo - SP - BRASIL. (BRAZIL)

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  5. Oi amiga, adorei o blog, parabéns!

    Fiz o tratamento por 2 vezes e não obtive sucesso nenhum, esse mês estou refazendo todos os exames inclusive a biópsia para retratamento com os medicamentos novos, o pior é que tenho uma depressão muito forte!

    Tentei baixar o livro, mas não consegui!

    bjos

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  6. Muito legal você ajudar quem fica depressivo por causa da doença. Muitas vezes queremos ser fortes, mas é difícil quando o problema tá na nossa cara, né?
    E a letra que você colocou, "sempre existe um caminho, mas não me diga isso" é bem verdadeira.
    Talvez tenha ficado mais facil vc ajudar as pessoas, pelo fato de passar pelo mesmo problema.
    Parabens!
    bjo

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  7. Parabéns pelo blog e pela coragem. Muito bom ver tanta informação importante reunida num único lugar de forma tão organizada.

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  8. Não consigo baixar o livro. Como devo fazer? Obrigada por tudo, gosto demais do seu blog! Bjs e força!

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  9. Pessoal, obrigada pela visita e comentários.
    Quem não estiver conseguindo baixar o livro, por favor mande seu email pelo formulário de contato do blog que eu envio pra vocês. Você acessa o formulário pelo menu superior, à direita, abaixo do banner.
    Beijoka!

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  10. Ana,

    Gostaria muito de ler seu livro, mas parece que o link para o download está com problemas...
    Poderia me enviar ou então verificar se está tudo ok para o download?

    Obrigada!
    Bjinho

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  11. Oi, Ana infelizmente não consegui baixar seu livrinho, acho que me faria muito bem lê-lo! Olha, já houve casos de depressão na minha família mas eu, pessoalmente, nunca tinha experimentado este mal-estar, e confesso estar um pouco apavorada com isso. Acredito que até encarei bem o fato de ter que começar o tratamento, já que meu genótipo é 3A e estava em ótimas condições clinicas para iniciar o tratamento. Porém, a depressão me pegou de jeito! Lógico, problemas todos temos, mas com a depressão parece que o desespero toma conta de tudo, que a gente não consegue ter esperanças de nada, parece que um buraco se abre sob nossos pés e só dá vontade de chorar.... É horrível! Comecei a tomar amitriptilina há uma semana (estou com um mês de tratamento, falta cinco), mas parece que o remédio só começa a fazer efeito duas semanas depois do início de seu uso... Espero que isso passe logo, porque não desejo isso pra ninguém! Eu, apesar de já ter passado poucas e boas na vida, sobrevivido a coisas bem mais difíceis na vida, nunca imaginei que esse tratamento fosse me deixar nesse estado...não me reconheço mais... Mas ainda tenho fé que tudo vai dar certo e vou conseguir sobreviver a essa experiência e me tornar uma mulher ainda mais forte do que já sou! Então desejo a todos que estejam passando por isso não percam a fé, o tratamento um dia acaba, a doença um dia vai embora ou se estabiliza, mas o que fica antes e depois disso tudo é o nosso verdadeiro eu, nossos sonhos e vontade de lutar! Grata novamente pelo espaço.. Ass: Bia.

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  12. Olá Ana.
    Muito bom o seu blog, não consigo parar de ler, fiz meu tratamento entre 2006 e 2007 e lendo seus posts e os comentários me lembro de muitas coisas que passei, acho que a pior delas foi a depressão e com ela o pânico, sempre fui o "bonzão" o alegre e motivado, aquele que supera os obstáculos e derrepente me vejo com medo de sair de casa, medo de dirigir e medo de simplesmente pegar uma bandeja de comida na praça de alimentação.
    No mês 7 do meu tratamento que foi de um ano passei por tudo isso e muito mais que a maioria que frequenta esse blog deve saber.
    Sei que para quem está depressivo o que os outros falam na maioria das vezes não importa o não resolve porque a gente se fecha e não quer ajuda e não quer ouvir, mas mesmo assim gostaria de dizer.
    Isso tudo vai passar e um dia você vai apenas ter lembranças.
    Desejo tudo de bom para todos.

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