Desconheço pesquisas que façam uma relação direta entre a ação do vírus da hepatite C no organismo e a depressão. O que a literatura mostra é que a depressão é um dos possíveis efeitos colaterais do tratamento da hepatite C com interferon e ribavirina.
Imagem: Flickr CC - cena do filme V.I.D.A |
É importante frisar a palavra "possível", para que as pessoas saibam que devem estar atentas aos sintomas da depressão e relatar ao médico caso eles ocorram. Assim, ele avaliará a necessidade de introdução de um anti-depressivo no tratamento. No entanto, isso não quer dizer que a pessoa irá necessariamente desenvolver um quadro depressivo nessa situação. O meu caso é um exemplo: mesmo com histórico anterior de depressão, eu não apresentei esse problema durante o tratamento.
Existem outras possibilidades de associação da depressão à hepatite C. Uma delas é a pessoa já apresentar um quadro de depressão, independente da hepatite C. Outra é o desenvolvimento da doença - sim, lembrem-se que depressão é uma doença e não frescura ou fraqueza! - quando se descobre portador do virus e passa a ter conhecimento de todas as coisas que o vírus pode comprometer em sua saúde. Não é fácil mesmo e cada um lida com essa descoberta - ou melhor, digere essa descoberta - a seu modo.
Mas fiquemos atentos: uma coisa é a tristeza e até o desespero quando nos deparamos com um fato às vezes tão chocante em nossas vidas. Isso é normal e durará um tempo para cada pessoa. Outra coisa é entrar em depressão.
Como saber se estamos na segunda opção?
Leia sobre o assunto em sites especializados na internet e no livro disponível para download abaixo.
Considere também procurar um psicólogo, mesmo que seja apenas por um tempo. Não, não é vergonha alguma! Psicólogo não é coisa de maluco e sim de pessoas auto-críticas que buscam auto-conhecimento para lidar da melhor forma possível com as suas relações - com pessoas e situações.
Leia sobre o assunto em sites especializados na internet e no livro disponível para download abaixo.
Considere também procurar um psicólogo, mesmo que seja apenas por um tempo. Não, não é vergonha alguma! Psicólogo não é coisa de maluco e sim de pessoas auto-críticas que buscam auto-conhecimento para lidar da melhor forma possível com as suas relações - com pessoas e situações.
Eu faço terapia há muito tempo - parei algumas vezes e depois algum fato me fez retornar. A última vez que voltei foi em 2008, ao iniciar o tratamento da hepatite C, e estou indo até hoje. Adoro, embora seja meio dolorido às vezes mexer com coisas internas da gente. Percebo nesse processo o quanto tenho caminhado e o quanto ainda é preciso percorrer.
Existe vida durante e após a depressão
Em 2002, aos 24 anos de idade, eu começava a sair de um quadro depressivo. Com histórico familiar de depressão, eu comecei a apresentar alguns sintomas com 16 anos, que se agravaram aos 23, após uma mudança na vida.
Existe vida durante e após a depressão
Fiz terapia e tomei anti-depressivos por dois anos. Hoje posso dizer que estou totalmente curada e que a depressão não faz mais parte da minha vida. Tanto que, como contei a vocês, não tive recaídas durante o tratamento da hepatite C, como eu temia que poderia acontecer.
Naquela época (2002), tive a vontade de compartilhar com as pessoas um pouco daquele meu processo de descoberta que existia vida durante e após a depressão. Por experiência própria, eu sabia que não adiantaria simplesmente dizer isso: quando se está deprimido, é até irritante quando nos falam uma coisa dessas - como nos canta Renato Russo na música Via Láctea:
"Quando tudo está perdido, sempre existe um caminhoQuando tudo está perdido, sempre existe uma luzMas não me diga isso"
Então, resolvi colocar tudo isso num romance. A personagem principal, Maria Cristina, tem uma vida bem diferente da minha naquela época e viveu coisas que eu não vivi - as quais tomei emprestadas da história de outras pessoas. Mas os sentimentos dela eram muito meus. Inclusive, algumas partes do "Diário de Cristina" foram retiradas do meu próprio diário.
Assim nasceu o livro Existe vida durante e após a depressão, que fiquei muito feliz em reencontrar hoje nos arquivos de backup de um antigo computador. Disponibilizo-o para download gratuito abaixo.
Conto um pouquinho mais da história desse livro no meu blog Apenas Mulheres de Verdade. Se quiser, dê uma passadinha por lá.
Espero que gostem e que seja útil de alguma forma.
Escrito por Ana Barcellos
Brasília, 2002 (25 páginas)
Estou fazendo tratamento na VUNESP Botucatu Hospital DIA, estou na 46 semana de tratamento, agora está mais fácil , mas o começo foi muito difícil, somente quem faz o tratamento pra descrever o que sentimos, minha carga viral só zerou na 24 semana, por isso meu tratamento se prolongará até a 72 semana, mas estou feliz por ter zerado, sei que vou me curar tenho muita fé em Deus.
ResponderExcluirOlá Ana,
ResponderExcluirFiz meu comentário no teu outro blog. Uma boa dica de leitura para entender a doença e seus mecanismo no psiquismo humano é o A Doença como Linguaguem da Alma, do terapeuta alemão Rüdiger Dhalke..
Abraço
Oi amiga... eu depois do tratamento de 48 semanas ainda tomo antidepre e calmante para dormir, herança do tratamento... pretendo parar, claro mas é complicado... vai no meu blog Hepatite C - Fé e comenta lá se quiser, tem montão de coisas... Beijos.
ResponderExcluirDEPRESSÃO
ResponderExcluirSou terapeuta em REFLEXOLOGIA,
pelo I.O.R., 75 anos de idade com 44 anos dedicados ao estudo e pesquisa do comportamento humano. Tenho atendido vários clientes que sofrem de DEPRESSÃO
Recebendo as técnicas da REFLEXOLOGIA, o Paciente consegue obter ótimos resultados; que proporcionarão assim uma excelente melhora em sua qualidade de vida.
A REFLEXOLOGIA consiste em ativar pontos específicos nos pés, desbloqueando canais
de comunicação com o cérebro, para que este
possa agir, corrigindo assim o problema.
Não tem contra indicação para este
caso e não usa medicamentos
O próprio corpo, equilibrado, promove a cura.
www.djalma.com.br
Bairro Santana - Metrô Santana – Zona norte
São Paulo - SP - BRASIL. (BRAZIL)
Oi amiga, adorei o blog, parabéns!
ResponderExcluirFiz o tratamento por 2 vezes e não obtive sucesso nenhum, esse mês estou refazendo todos os exames inclusive a biópsia para retratamento com os medicamentos novos, o pior é que tenho uma depressão muito forte!
Tentei baixar o livro, mas não consegui!
bjos
Muito legal você ajudar quem fica depressivo por causa da doença. Muitas vezes queremos ser fortes, mas é difícil quando o problema tá na nossa cara, né?
ResponderExcluirE a letra que você colocou, "sempre existe um caminho, mas não me diga isso" é bem verdadeira.
Talvez tenha ficado mais facil vc ajudar as pessoas, pelo fato de passar pelo mesmo problema.
Parabens!
bjo
Parabéns pelo blog e pela coragem. Muito bom ver tanta informação importante reunida num único lugar de forma tão organizada.
ResponderExcluirNão consigo baixar o livro. Como devo fazer? Obrigada por tudo, gosto demais do seu blog! Bjs e força!
ResponderExcluirPessoal, obrigada pela visita e comentários.
ResponderExcluirQuem não estiver conseguindo baixar o livro, por favor mande seu email pelo formulário de contato do blog que eu envio pra vocês. Você acessa o formulário pelo menu superior, à direita, abaixo do banner.
Beijoka!
Ana,
ResponderExcluirGostaria muito de ler seu livro, mas parece que o link para o download está com problemas...
Poderia me enviar ou então verificar se está tudo ok para o download?
Obrigada!
Bjinho
Oi, Ana infelizmente não consegui baixar seu livrinho, acho que me faria muito bem lê-lo! Olha, já houve casos de depressão na minha família mas eu, pessoalmente, nunca tinha experimentado este mal-estar, e confesso estar um pouco apavorada com isso. Acredito que até encarei bem o fato de ter que começar o tratamento, já que meu genótipo é 3A e estava em ótimas condições clinicas para iniciar o tratamento. Porém, a depressão me pegou de jeito! Lógico, problemas todos temos, mas com a depressão parece que o desespero toma conta de tudo, que a gente não consegue ter esperanças de nada, parece que um buraco se abre sob nossos pés e só dá vontade de chorar.... É horrível! Comecei a tomar amitriptilina há uma semana (estou com um mês de tratamento, falta cinco), mas parece que o remédio só começa a fazer efeito duas semanas depois do início de seu uso... Espero que isso passe logo, porque não desejo isso pra ninguém! Eu, apesar de já ter passado poucas e boas na vida, sobrevivido a coisas bem mais difíceis na vida, nunca imaginei que esse tratamento fosse me deixar nesse estado...não me reconheço mais... Mas ainda tenho fé que tudo vai dar certo e vou conseguir sobreviver a essa experiência e me tornar uma mulher ainda mais forte do que já sou! Então desejo a todos que estejam passando por isso não percam a fé, o tratamento um dia acaba, a doença um dia vai embora ou se estabiliza, mas o que fica antes e depois disso tudo é o nosso verdadeiro eu, nossos sonhos e vontade de lutar! Grata novamente pelo espaço.. Ass: Bia.
ResponderExcluirOlá Ana.
ResponderExcluirMuito bom o seu blog, não consigo parar de ler, fiz meu tratamento entre 2006 e 2007 e lendo seus posts e os comentários me lembro de muitas coisas que passei, acho que a pior delas foi a depressão e com ela o pânico, sempre fui o "bonzão" o alegre e motivado, aquele que supera os obstáculos e derrepente me vejo com medo de sair de casa, medo de dirigir e medo de simplesmente pegar uma bandeja de comida na praça de alimentação.
No mês 7 do meu tratamento que foi de um ano passei por tudo isso e muito mais que a maioria que frequenta esse blog deve saber.
Sei que para quem está depressivo o que os outros falam na maioria das vezes não importa o não resolve porque a gente se fecha e não quer ajuda e não quer ouvir, mas mesmo assim gostaria de dizer.
Isso tudo vai passar e um dia você vai apenas ter lembranças.
Desejo tudo de bom para todos.