Uma em cada 12 pessoas no mundo pode ter hepatite B ou C, sem saber. Não há sintomas e o vírus não é detectado em exames de rotina. Tem certeza que você não tem? Faça o exame, é gratuito.

domingo, 20 de abril de 2014

Um convite para mudar de vida

Nesse domingo de Páscoa, um dia de reflexão, convido-os a pensarem comigo: o que precisamos ressuscitar em nossas vidas?  Há algo que precisa renascer dentro da gente ou à nossa volta?

Quando falamos em ressuscitar, fica implícita a ideia de que algo também precisa morrer. Lembram das aulas de Filosofia? Para que a árvore nasça, é preciso que a semente morra. A semente deixa de existir, para que algo novo passe a viver. Não dá para mantermos a semente se queremos uma árvore, não é mesmo? A questão é: o que precisamos deixar para trás para que algo novo e bom germine? 

Para ajudar-nos nessa reflexão, quero apresentar-lhes uma pessoa. Este é o Marcelão:


Esta foto é para vocês verem como ele é realmente bem grandão. Na foto, eu praticamente
 desapareço no meio dele e da minha amiga mais que querida Daniela Firme.  

Marcelão é meu amigo. Apesar de trabalharmos na mesma empresa e na mesma cidade, fomos nos conhecer pelo Twitter, por causa dos nossos blogs [este é o Blog do Marcelão].  

Ele já perdeu 80 quilos e continua numa rotina séria de alimentação e exercícios físicos, porque, num belo dia, ele teve o insight de que algo naquele Marcelão precisava morrer. A forma como essa história começou tem a ver com o Animando-C, sabem por quê? Porque o vídeo Hepatite C, Sem Medo, que o diretor Heraldo Palmeira produziu para o blog, foi uma inspiração para ele. Quero que conheçam a sua história, nas palavras do próprio Marcelão: 
         
"No inicio de 2011, com 220 quilos - auge do meu peso - minha qualidade de vida estava comprometida. Sempre cansado e com as pernas inchadas, ficava ofegante com qualquer esforço físico, como uma simples caminhada. Às vezes, mal conseguia manter-me acordado no trabalho, pois o corpo queria compensar as noites mal dormidas por causa do excesso de peso. 

220 quilos
Sabia que havia chegado no limite e decidi que deveria mudar radicalmente meus hábitos, consciente de que essa seria uma longa jornada. Já havia testado vários tipos de regimes e modinhas que prometiam perda de peso e até geravam resultado, mas no médio e longo prazo não apenas recuperava os quilos perdidos como ainda ganhava mais peso.

Muitos achavam que num caso extremo como o meu, a melhor opção seria a cirurgia de redução de estômago. No entanto, para mim essa era uma alternativa descartada, pois ao longo do tempo vi casos em que as pessoas submetidas a ela perderam muito peso, mas ganharam quase tudo de novo. Além daquelas que passaram inclusive a ter problemas psicológicos. Eu sabia que a solução deveria partir de mim, do meu próprio esforço. Seria o caminho mais difícil, mas com resultados mais sustentáveis.



Então decidi que tudo aquilo que eu pregava sobre gestão empresarial deveria ser aplicado na empresa mais importante: eu mesmo. Essa decisão foi inspirada por um vídeo feito pela amiga Ana Barcellos, em que ela contava a história de sua luta diária contra uma doença grave. Chamou-me a atenção o fato de que ela mantinha uma rotina diária de exercícios físicos para fortalecer seu corpo e, assim, ajudá-lo a não se entregar à doença. Imediatamente pensei em meu histórico de saúde e percebi que deveria fazer o mesmo.   

Comecei a investir em mim mesmo, com foco nesse objetivo. Passei a fazer acompanhamento nutricional, entrei na academia e contratei um personal trainer - para que houvesse dedicação e planejamento exclusivos. Começamos com exercícios leves, como três minutos de caminhada em velocidade 3,5 km/h na esteira. Com o tempo, fomos evoluindo e os resultados foram aparecendo: ao final daquele primeiro ano, eu já havia emagrecido 25 quilos. 

Isso me permitiu retomar prazeres deixados de lado, como voltar a jogar futebol. Optei pelo futsal, pois a movimentação é menor e o tempo de bola não é tão importante quanto no campo soçaite. A volta ao futebol foi um momento marcante. Eu até joguei bem, apesar do meu peso e dos atrasos no reflexo - naturais após oito anos sem treino.


Em 2012, um segundo fato marcou essa trajetória: viajei com meu filho para a Disney com a expectativa de que, com a perda de 25 quilos, eu já coubesse nos assentos das montanhas-russas mais radicais - o que não havia acontecido na viagem anterior, dois anos antes. Mesmo com a perda de peso, não obtive êxito e isso deixou o Arthur muito frustrado - pois não permitiria que ele fosse sozinho. Essa frustração dele acabou por me alimentar ainda mais de forças para voltar um dia à Orlando e realizar seu desejo. Ele não tinha culpa do pai estar em uma situação de saúde que o impedia de se divertir. Mas eu mudaria isso. 

Com duas mudanças de personal trainer alheias à minha vontade, acabei tendo alguns momentos de desânimo que comprometeram os resultados por um curto espaço de tempo. Mas encontrar o Tiago, meu atual personal, ainda em 2012, foi decisivo no meu projeto. Profissional extremamente comprometido, elaborou um programa de treinamento funcional voltado à minha atividade de goleiro. Cheguei a publicar alguns de nossos treinos no Youtube.

No final de 2012, ousei retornar ao futebol de campo soçaite. Busquei um time que não apresentava tão bons resultados no campeonato para acima de 40 na AABB, pois sabia que no início falharia muito, devido ao fato de minha mobilidade e agilidade ainda serem muito pequenas. O São José foi ideal para mim - um time de colegas do BB, muitos da Ditec, que se reúnem muito mais para se divertir do que para competir. 

Mantive a média do time, com derrotas de 17 gols às vezes, mas tudo dentro do normal para os padrões do São José. Em 2013, com a agilidade aparecendo devido ao treinamento do Tiago, comecei a chegar em algumas bolas. Continuamos perdendo, mas agora por placares de menos de 10 gols, baixando para 9, 7 e daí para 5, até que nas duas últimas rodadas conseguimos dois empates - algo que não acontecia há mais de um ano. Com isso, os elogios à minha performance no gol começaram a surgir, pois foi evidente a evolução que tive com minha perda de peso. Pessoas que antes zombavam de mim, passaram a parabenizar-me pela minha luta.

Outra pessoa que não posso deixar de mencionar nessa história é meu amigo e parceiro Luciano Costella, que conheci no início de 2013. Foi ele que percebeu que minha dieta estava inadequada e me recomendou um nutricionista esportivo muito experiente, o Bruno Rua, com quem passei a fazer acompanhamento. Àquela época, já havia perdido 40 quilos. A nova dieta era extremamente rígida e logo nos primeiros 50 dias perdi mais 16 quilos. Estava fechada a combinação ideal de dieta e exercício fisico. A marcação cerrada - e às vezes chata - do Luciano Costella ajudou muito com que eu seguisse a dieta quase integralmente à risca.

Aliei a tecnologia à minha estratégia, passando a utilizar a pulseira Nike+ fuelband. Logo no início, percebi que minha rotina diária de academia era insuficiente para alcançar os 3.000 pontos da meta inicial. Comecei então a acrescentar novos hábitos saudáveis, como utilizar as escadas ao invés do elevador, andar até lugares distantes e jogar jogos do xBox com o Kinect. Com isso, fui batendo minhas metas diariamente, com recordes de pontuação.

O resultado disso tudo: nesses três últimos anos emagreci oitenta quilos. Há dois meses estive na Disney e dessa vez consegui ir à todas as montanhas-russas, sem nenhuma restrição. Hoje jogo meu futebol com qualidade e voltando a ter a agilidade de antigamente como goleiro. E continuo o processo, porque ainda quero emagrecer mais quinze quilos. 


Outro resultado muito bacana é as pessoas que relataram terem se inspirado no meu esforço - que acompanharam por fotos no meu perfil do Facebook - e passaram a mudar seus hábitos buscando mais saúde. Isso mostra o poder das redes sociais em potencializar e espalhar comportamentos. Aliás, como contei no início, minha própria motivação partiu de um vídeo compartilhado numa rede social.

Dessa história podemos concluir que, como também acontece com as empresas, planejamento e foco são importantíssimos para se gerar mudanças reais e efetivas. Mas, mais importantes do que planejamento e foco, são o autoconhecimento e a constância de propósitos. É perceber que você sempre precisa buscar a evolução - evolução como salto e não como uma simples mexida - com criatividade e questionamento constante de si mesmo se você quiser alcançar resultados considerados por muitos como sendo impossíveis. E, claro, estar cercado de pessoas que lhe motivam a tornar-se melhor - como pessoa e profissional - pois, no final, são essas pessoas que realmente importam."



Não é uma história inspiradora?
Eu fico muito orgulhosa de meu amigo por esses resultados, por ele ter escolhido viver. Também fico muito feliz por eu ter, de certa forma, feito parte dessa decisão. 

O objetivo do filme era realmente inspirar as pessoas, mas ele era direcionado aos portadores de hepatite C: queria que eles percebessem que o nosso diagnóstico não significa o fim da linha, que existe vida além da doença.

Adoro receber o feedback de vocês, queridos leitores, sobre como minhas linhas aqui escritas os ajudam de alguma forma. São presentes para minha vida. E não restringem-se à portadores de hepatite C.

A verdade é que muitos de nós estamos enfrentando as nossas próprias batalhas, sejam elas visíveis ou não. Às vezes só precisamos mudar a lente dos óculos que estamos usando: o mundo é o mesmo se o olharmos através de lentes pretas ou lentes cor-de-rosa, só muda a nossa forma de olhá-lo. 

Agradeço a todos vocês por me permitirem entrar em suas vidas e convidar: que tal trocarmos as lentes? 


Namastê


Para quem ainda não assistiu o vídeo citado pelo Marcelão, segue abaixo.
O vídeo, que conta com a participação super especial do maestro João Carlos Martins, já foi assistido mais de 31 mil vezes no Youtube - se contadas as visualizações de todas as versões disponíveis.
Mais uma vez, um super obrigada ao lindo Heraldo Palmeira, que fez tudo isso acontecer.


sexta-feira, 18 de abril de 2014

Bookcrossing, porque compartilhar vale a pena



Adoro ler. Hoje em dia, não faço isso tanto quanto antigamente - pois é muita coisa priorizada ao mesmo tempo e o dia continua tendo apenas 24 horas. Mas acho fascinante envolver-me com as histórias e os personagens - sim, sou daquelas que até sonha com coisas que leu. Leio várias vezes a penúltima página do livro, adiando a última. [Eu me apego, gente!] E fico maluca se sou interrompida numa parte emocionante, é como se eu fosse perder um trecho importante de um filme que não passará mais - ok, isso é meio doido, em se tratando de um livro que está nas minhas mãos e pode ser lido a qualquer momento. Mas essa sou eu! ;) 

O que estou lendo atualmente? "O Pequeno Príncipe", Antoine de Saint-Exupéry. De novo. Dessa vez, com minha filha de 6 anos. Lemos um pouco a cada noite. E, mais uma vez, encanto-me e penso: "Como pode haver tanta sabedoria numa história tão singela?" 

Estou participando pela primeira vez de um projeto muito legal chamado "Bookcrossing blogueiro", convidada pela Luma, do Luz de Luma. A ideia é libertar livros para que outras pessoas tenham a experiência prazerosa que tivemos com eles. Como sou apegada, é um pouco difícil para mim hehe. 

Olhei para minha estante cheia e procurei um livro que eu tenha adorado, que pudesse divertir as pessoas e dar a elas momentos de leveza em meio a uma vida que às vezes é tão dura. Não vale dar um livro que você não gostou, o que seria mais fácil (rs), porque o objetivo é compartilhar o que você acha que vale a pena ser compartilhado.  

"Maldito Karma", de David Safier. Um livro com o qual eu não conseguia conter as gargalhadas dentro do avião (costumo ler muito nas viagens). Um livro que ganhei de uma pessoa especial, num momento especial. Deixei-o num lugar muito bacana na Asa Norte, o Mercado Cobogó. A atendente falou que já achou vários livros assim, até no ônibus. Ela contou que quando um amigo faz isso, ele acrescenta no fim do livro algumas páginas em branco, com a pergunta: "o que você achou deste livro?" É interessante, pois as pessoas vão deixando as suas impressões para as outras. Vou tentar isso da próxima vez! ;)

Na minha dedicatória, escrevi: "Este livro pertence a quem encontrá-lo. Garantia de boas risadas. Leia e depois passe adiante."



LIBERTADO!
   

Que tal participar também? Garanto a você que é muito gratificante. 
Me fez sorrir por dentro. 

E assim vou animando-me...