Uma em cada 12 pessoas no mundo pode ter hepatite B ou C, sem saber. Não há sintomas e o vírus não é detectado em exames de rotina. Tem certeza que você não tem? Faça o exame, é gratuito.

domingo, 5 de agosto de 2012

"Esperançar"


"Sou sempre otimista, porque o pessimista é, antes de tudo, um desistente.
Ele passa mais tempo tentando provar que algo não vai dar certo em vez de usar o mesmo tempo para fazer com que funcione."
Cortella

Foto: S. Reachers - Flickr CC
Ninguém falou que é fácil conviver com a hepatite C, seja você portador do vírus ou familiar.
Ninguém falou que é fácil passar pelo tratamento. Pelo contrário, é sim muito difícil. 
Ninguém falou que é fácil, após todo o sofrimento do tratamento, não conseguir ficar curado. 

Eu posso falar dessas três coisas por experiência própria.
E posso também dizer que a forma como nos relacionamos com isso é o que faz a diferença em nossas vidas. 

Podemos usar nosso tempo vitimizando-nos e perguntando "Por que comigo?" [é legítimo, apesar de inútil]. Ou podemos empregá-lo em outra direção: "Ok, aconteceu comigo, seja eu culpado ou não. O que posso fazer a respeito?"

Trago as ideias do professor Mario Sergio Cortella sobre o otimismo, postadas hoje no Facebook por Adriana Salles Gomes, Editora Executiva da HSM Management, para nos ajudar nessa reflexão.

Perguntei ao Prof. Mario Sergio Cortella: "China e Índia ensinarão ao mundo sobre o longo prazo. E o que o Brasil ensinará? Otimismo? Você é otimista?"
E sua resposta foi esta: 

"Sou sempre otimista, porque o pessimista é, antes de tudo, um desistente. Ele passa mais tempo tentando provar que algo não vai dar certo em vez de usar o mesmo tempo para fazer com que funcione. Mas sou um otimista crítico, porque ser otimista não significa ser tolo. Otimista crítico é aquele que tem esperança do verbo 'esperançar' e não do verbo 'esperar', de ficar sentado esperando. 
Acho que otimismo e esperança são características do brasileiro em geral e podem ajudar o mundo. Também me orgulho da alegria brasileira. Já escrevi que louco não é o povo que para por quase uma semana para brincar, como fazemos no Carnaval; louco é o povo que nem pensa em parar. Esse ócio recreativo, como o chamo, é o tempo para si, necessário para pensar e fazer escolhas, para as ideias virem e resultarem em inovação mais adiante; não pragmatismo e não imediatismo são valores que deveriam estar presentes no cotidiano de todos os povos. Mas talvez a principal sabedoria brasileira seja a da diversidade... Diversidade é simplesmente o segredo da vida humana, do sucesso. É a antropodiversidade que viabiliza o confronto e a recombinação de ideias, que gera riqueza – em todos os significados de riqueza."

Portanto, esperancemo-nos! Tenhamos fé, mas façamos a nossa parte: cuidados para consigo mesmo e para com os outros, prevenção, acompanhamento médico, estilo de vida saudável (sem ingestão de bebidas alcoólicas, hein?) e, sempre que possível, evitar situações estressantes.   

Estejamos atentos à importância do ócio recreativo: invistamos esse tempo em nós mesmos.

E esse recado vale pra todo mundo - com ou sem
hepatite C. Ok, vou relativizar a parte da bebida alcoólica: se você não é portador, pode beber um pouquinho. 
Um pouquinho, eu disse.
Seu fígado agradece. ;)

5 comentários:

  1. Ana querida, contigo estou aprendendo a ser otimista, é muita lição de vida pra uma pessoa só ;) beijos e bom dia!!
    PS. (nós vamos!!!)

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  2. Sou portadora desse pesadelo, me pergunto o tempo todo de onde contraí, é complicado, se voce tem um cancer e descobre no inicio vc tem chances e chances de cura, porem no meu caso a hepatit genotipo 1, não existe tratamento, pode fazer uma, duas , tres vezes, ela continua intacta, a sensaçao é terrivel. A vontade é de sair do hospital, esquecer que um dia vc descobriu ela e nunca mais voltar em triagem. Me perdoem, eu sei que temos que ser otimistas, pelo amor de Deus me provem o contrario!

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  3. Mari querida, beijo pra você.

    Querida leitora não identificada, desculpe, mas você está equivocada quanto às informações citadas. 50% dos infectados pelo genótipo 1 OBTEM CURA SIM! E para a outra metade dos portadores, as pesquisas vêm evoluindo muito. Os dois medicamentos lançados no ano passado são exemplo disso e aumentaram significativamente as chances de sucesso do retratamento. E há tantos remédios sendo testados, com maior percentual de cura, e inclusive alguns que dispensam o uso do interferon e ribavirina, evitando seus efeitos colaterais. As perspectivas de avanço nos próximos 2 anos são muito boas. Portanto, motivos para ser otimista em relação à sua cura não faltam.

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    Respostas
    1. serio? existe cura total?, vou iniciar o tratto no inicio de 2013, por favor me envie orientações sobre as novas drogas telaprevir + boceprevir..Quero ser mais otimista... aguardo seu contato.
      borgesanches@hotmail.com

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  4. Sou muito otimista!!! Vc já imaginou uma mãe que tomou interferon, receber a notícia que sua filha de seis anos tb terá que passar pelo mesmo tratamento??? É quem é mãe sabe, mas acreditei e sorria para ela, sexta-feira era o nosso dia diferente, dia de passear, tomar sorvete, ir ao cinema, nosso dia especial...e por último dia do interferon, assim seguimos os meses de tramento, uns dias mais agitados outros nem tanto, mas chegamos ao final, zeramos e não que algumas lágriimas não tenham rolado, mas, nunca na frente daminha família, para eles só o meu sorriso, aquele que passava a mensagem: está tudo bem, tudo vai dar certo!!! Como consegui??? Talvez um livro que li na infância tenha me ajudado muito: Polyana. Vamos brincar de Polyana, quem leu sabe!!! Bjs e força a todos!

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