
As pessoas morrem devido à complicações causadas pela hepatite C. Mas também morrem atropeladas, vítimas de bala perdida, em batida de avião no ar (quer coisa mais improvável?), engasgadas com comida ou com gripe suína.
O fato é que as pessoas morrem. E ponto. Como dizem, a morte é a única certeza que temos em vida.
Eu quero muito ficar curada. Mas, se não ficar, talvez eu morra bem velhinha, com o fígado meio bichado, mas de causa natural. Tem gente que bebe demais, fuma demais (o que é um suicídio meio mascarado) e talvez em breve esteja com o fígado pior do que o meu, mesmo sem ter o vírus.
Não sei o que vai acontecer, só sei que estou fazendo o possível para viver bem, ser feliz e fazer as pessoas que amo felizes. Não tinha medo da morte, até minha filha nascer. Agora eu quero estar ao lado dela sempre. Algumas vezes olho pra ela e penso aqui dentro: "A mamãe vai viver!". Nessas horas geralmente eu me emociono.
Falando em morte, filhos, emoção... lembrei agora da campanha do Boticário para o Dia das Mães desse ano, que nos mostra que há muitas formas de se encarar a morte (e a vida). Compartilho o comercial com vocês:
Aproveito para fazer uma homenagem a alguns que já se foram:
Blog Hepatite C - Val Neto
A lista da vergonha - mortos pela hepatite C
Blog do Felippe - câncer
Documentário Florestan Fernandes (esse é um documentário de 46 minutos. Quando tiver um tempinho, assista à inspiradora história de vida desse grande sociólogo e militante brasileiro, incluindo as complicações da hepatite C que o levaram ao falecimento)
Excelente o documentário de Florestan Fernandes. Exemplo de vida, de dignidade. Viveu 20 anos infectado e morreu por complicações da Hepatite-C. Não desistiu um minuto da sua luta...
ResponderExcluirEu tb nunca tive medo da morte mas quando minha filha nasceu eu comecei a valorizar a vida, pensar sempre no amanhã e nas coisas que poderia fazer para melhorar o mundo. A vida adquiriu novo sentido e se tornou produtiva.
ResponderExcluirTenha certeza, Flor, que nós vamos, mais que sobreviver `a hepatite, viver uma vida plena, lutando sempre com essa garra com a qual nossos filhotes nos presentearam (tá bom, talvez a gente já tivesse garra, mas foram eles que despertaram nosso lado leoa)